quinta-feira, fevereiro 07, 2008

A Intervenção na Ludoteca

Funções do Animador da Ludoteca
Os objectivos e as funções da ludoteca definem quais são as funções do animador de ludoteca. Estas tarefas podem dividir-se entre:

Tarefas educativas
.Planificação, programação e execução de actividades oficinas, jogos orientados, conferencias, etc.
.Acompanh
amento aos utilizadores.
.Dinamização da ludoteca e do espaço envolvente.
.Animação das actividades.
.Elaboração de projectos a longo médio e curto prazo.
.Avaliação das diferentes intervenções.

Tarefas de gestão
·Conhecimento da legislação
.Organização de espaços, materiais e recursos humanos
·Administração de recursos e gestão do Plano de actividades
·Compra de material de reposição e novas aquisições
·Classificação, catalogação e controle dos materiais e empréstimo de jogos
·Manutenção de jogos e espaços e suas condições de higiene.
.Elaboração de informação e campanhas publicitárias para dar a conhecer e promover a ludoteca.

Tarefas de Coordenação
.Com as famílias, elaboração de folhetos informativos, trípticos, reuniões etc.
.Com as escola, associações, instituições e outros agentes culturais.


Tarefas de investigação
.Informação a consumidores e fabricantes
.Acessorias a escolas, famílias, associações, etc.
.Preferências do utilizador
.Inovações
.Avaliações e analise de jogos, espaços. Organização, etc.

Metodologia da intervenção
A intervenção educativa numa ludoteca tem sempre que estar relacionada com o jogo.
O jogo livre pressupõe uma intervenção muito informal.
Neste modelo pedagógico os educadores são dinamizadores e facilitadores enquanto os utilizadores deverão ser os verdadeiros protagonistas da acção educativa.
Podem ainda organizar-se outro tipo de actividades sempre relacionadas com o jogo e com o brinquedo que assumam um formato mais dirigido e intervencionista tais como oficinas, conferencias, jogos dirigidos, etc.

Planificação e programação
A planificação e a intervenção numa ludoteca desenvolvem-se em três níveis. O primeiro ocupa-se do projecto educativo, o segundo das actividades concretas e o terceiro da programação.
Os procedimentos para organizar e gerir um equipamento são os seguintes:

Aspectos organizativos
Admissões de utilizadores e quotas.
Os animadores de uma ludoteca devem saber quem serão os utilizadores a que é dirigido o equipamento, que idades predominam, quais as suas características, se devem ou não pertencer a uma associação ou grupo, se devem dar-lhes um cartão de utilizadores se devem pagar quota, etc.

Um dos aspectos mais importantes é o financiamento. Este aspecto depende de que tipo de ludoteca se trate, a sua finalidade e os utilizadores a que é direccionada. Cada ludoteca decidirá se deve ou não aplicar o pagamento de quotas, o seu valor e frequência de pagamento. Essas quotas devem no entanto ter sempre em consideração critérios de cariz social. O leque de opções é grande, há ludotecas em que se paga segundo o tempo de uso, por dia, quotas mensais, anuais, só de inscrição, há algumas totalmente gratuitas, outras com custo simbólico, outras só se fazem pagar por jogo emprestado, etc.

Serviços de empréstimo
Nem todas as ludotecas tem serviço de empréstimo de jogos, dependendo dos objectivos definidos pela equipa estabelecem-se as normas de funcionamento definindo que materiais se podem emprestar, a duração do empréstimo, quantos jogos se emprestam de cada vez, se há renovação do empréstimos, fianças, sanções fichas de empréstimo etc.

Organização de Jogos e utilizadores
Uma ludoteca tem que dispor de uma boa organização e controle tento dos objectos lúdicos como dos utilizadores. Actualmente elaboram-se de forma digitalizada as bases de dados. Os elementos básicos da dita organização e controle são os livros de registos, as fichas de jogos, as fichas de utilizadores e as fichas de empréstimo.

Livros de registo
É um inventário permanente do fundo da Ludoteca com informação sobre a quantidade de materiais e datas de entrada, aumento de fundo por ano etc.

Fichas dos jogos
Actualmente são em formato digital e contem toda a informação sobre o jogo desde os aspectos práticos aos didácticos, psicológicos e pedagógicos.

Fichas de empréstimo
Devem conter as informações do utilizador, identificação do jogo, estado de conservação, data do empréstimo e de devolução.

Outros Espaços Lúdicos

Para além das ludotecas existem ainda outros
espaços que tem como base o jogo e o brinquedo. Os mais importantes são os Parques Infantis Cobertos e os Parques de Aventura.

Parques Infantis Cobertos
Estes parques são equipamentos implantados em espaços fechados com instalação de estruturas de grande tamanho que propõe exercícios psicomotores com a finalidade de entreter mediante propostas de acção.

Este tipo de parques nasce nos Estados Unidos e Grã-Bretanha associados como oferta lúdica de locais de comida rápida. Devido ao êxito deste tipo de equipamentos muitos centros comerciais e grandes superfícies adoptaram este tipo de solução. Actualmente este tipo de instalações prolifera de forma independente como oferta lúdica.

Estas instalações oferecem diferentes possibilidades de acção pelo pagamento de pagamento prévio de entrada ou pagamento à hora.

Podem estar delimitados espaços em função das faixas etárias, oferecer a possibilidade de celebração de festas com espaços adaptados para merendas com serviço de bar etc.

Estes espaços não são um projecto educativo, os objectivos que cumprem são:

.Proporcionar um espaço de jogo motriz livre e seguro.
.Facilitar a relação entre as crianças.
.Proporcionar aos pais umas horas livres do controle dos filhos
.Facilitar as famílias a organização de festa infantis.

Ao adulto não cabe aqui nenhum papel além do de vigiar possíveis conflitos, para que se cumpram as regras e para que não aconteçam acidentes.

Actualmente começam a introduzir-se a tendência para dotar este centros com conteúdos pedagógicos para que para além do entretenimento sirvam também fins educativos.


Os Parques de Aventura
Os parques de Aventura são espaços ao ar livre para crianças e adolescentes que permitem experimentar uma série de materiais e instalações especialmente preparadas para que corram, trepem, joguem, inventem e desenvolvam toda a sua criatividade e iniciativa em liberdade.

Areais para construir e destruir, cordas para trepar, pontes, buracos tubos, cabanas, tabogans, labirintos, e inclusivamente horta e zona de animais, tudo se converte num espaço cheio de oportunidades para o desenvolvimento integral longe do ócio consumista.

Estes parques estão normalmente situados em praças e parques públicos e permitem aos mais pequenos jogar com as famílias convertendo-se estes em colaboradores e companheiros.

Em geral estes parques estão em mãos de animadores e educadores especializados em tempo livre. Nalguns países existe a possibilidade de alugar durante um certo tempo as estruturas de jogo de forma que bairros, escolas, comunidades de vizinhos, pequenas aldeias e inclusivamente particulares possam desfrutar destes espaços.

Carlos Viegas